Automobilismo perde Henri Julien, garagista criador da equipe AGS de Fórmula 1
O bom rendimento na base fez Julien aspirar sonhos maiores e começar o
desenvolvimento de um Fórmula 1. Chefão com as mãos na massa, ele teve
influencia direta no projeto, feito na raça. Ele comprou um chassis
antigo da então extinta equipe Renault de Fórmula 1 e refez todo o carro
do zero, equipando o JH21C com o Motori Moderni V6. A estreia veio em
1986 no GP da Itália, com o inesgotável Ivan Capelli. Ainda era cedo e
muito rudimentar para se classificar porém.
Julien não desistiu e, no ano seguinte, apresentou uma versão
revisada do chassis Renault equipada com motores Ford V8. A receita era
mais equilibrada e ele chamou seu piloto da Fórmula 2 Pascal Fabre para
guiar. Fabre classificou para dez corridas e obteve um nono lugar. Para
as duas últimas provas do ano Roberto Moreno foi escalado e o
incansável brasileiro obteve o primeiro ponto da equipe no GP da
Austrália, com um inesperado sexto lugar. No ano seguinte, Julien teria
Streiff para levar o JH23, mas o dinheiro limitado impediu um bom
desenvolvimento, com um oitavo lugar no Japão como melhor posto.
O melhor AGS foi preparado para 1989, mais
adaptado ao Ford V8, leve e rígido, mostrou promessas nos testes com o
talentoso Streiff. Durante os trabalhos em Jacarepaguá, contudo, um
terrível acidente deixou o francês paraplégico e o dono da equipe
atônito. Ainda assim, Gabriele Tarquini assumiu a pilotagem e fez o
último ponto da história do time, com um sexto lugar no GP do México.
Ainda inscreveria carros para 1990 e 1991, mas a AGS claramente tinha
perdido a inspiração com o terrível acidente de Streiff e se recolheu ao
silêncio como Julien, que seguiu apenas preparando carros regionais na
sua garagem.