sábado, 20 de fevereiro de 2021

Caio Collet e a nova academia da Alpine da F1


Caio Collet foi confirmado nesta quarta-feira, dia 10, como piloto da equipe MP na F3 em 2021. O anúncio já era esperado e veio em meio à apresentação da nova Alpine Academy, o programa de jovens talentos da escuderia da F1.

Neste ano, a divisão esportiva da Renault passará a usar a marca Alpine, o que levou à mudança de nome da equipe na F1 e também da academia de jovens pilotos.

Mas as mudanças para 2021 vão além do novo nome.

Durante muito tempo, o programa de jovens pilotos da Renault era apontado como o pior entre os das equipes da F1 porque não tinha espaço para seus pupilos na principal categoria do automobilismo mundial. Em vez de apostar em novos talentos, a Renault costumava demitir seus pilotos ano após ano e apostar em nomes já consolidados no mercado, como Nico Hulkenberg, Daniel Ricciardo, Esteban Ocon e, agora, Fernando Alonso.

Para piorar, a montadora francesa não tinha nenhuma equipe cliente ou satélite, como a Ferrari tem com a Alfa Romeo e com a Haas, por exemplo, para dar quilometragem aos integrantes de sua academia. Assim, nenhum de seus jovens pilotos conseguiu chegar à principal categoria do automobilismo mundial até agora.

As novidades da academia da Alpine

Mas a situação pode estar começando a mudar. Durante o evento da Alpine Academy, o diretor da iniciativa, Mia Sharizman, disse que esse problema já foi mapeado. Para resolvê-lo, é possível que a Alpine libere seus jovens para correr por outra equipe da F1 antes de promovê-los aeo time principal.

Não que haja muitas vagas na F1 para que isso aconteça. Mas é positivo a Alpine estar buscando soluções para o maior limitador de sua academia.

Outra mudança importante é a chegada de Davide Brivio, como novo chefe da Alpine. Ele ocupa uma função como responsável por todas as atividades da marca no esporte a motor, não apenas restritas ao comando do time na F1.

Brivio veio da MotoGP, onde alcançou o título do ano passado pela Suzuki. Um dos segredos da marca japonesa foi ter apostado em jovens pilotos, como o campeão Joan Mir, em vez de tentar contratar medalhões. Assim, há a expectativa que os nomes da academia da Alpine passem a ser mais valorizados na hora em que houver espaço no time da F1.

Por fim, a terceira mudança importante é que a Alpine planeja integrar todas as suas atividades no esporte a motor, como a equipe da F1 e também a esquadra do WEC, que neste ano vai disputar a divisão principal, a LMH (antiga LMP1). Isso quer dizer que o foco é desenvolver Collet e os demais integrantes da academia não somente para a F1.

Claro que o foco desses jovens continua sendo a F1. Mas a estratégia da marca francesa inclui ser competitiva no WEC e vencer as 24 Horas de Le Mans, e desenvolver os pilotos que farão parte dessa empreitada faz parte das tarefas da academia.

Ainda é cedo para dizer se as novidades na Academia da Alpine são da boca para fora ou se de fato vão beneficiar seus jovens pilotos. Mas os primeiros sinais do novo programa foram bastante positivos até agora.

Lembrando que, além de Collet, o programa contará em 2021 com Christian Lundgaard, Guanyu Zhou e Oscar Piastri (todos na F2) e com Victor Martins, companheiro de equipe de Collet na F3, que retorna à iniciativa após o título na F-Renault Eurocup no ano passado.