Jim Clark era inigualável na vida, tanto dentro quanto fora dos trilhos, e permanece assim meio século após sua morte.
O icônico escocês foi morto por um furo durante a corrida de Formula 2 Deutschland Trophy em Hockenheim, depois que seu Lotus caiu em árvores implacáveis ao lado da pista
Cinqüenta anos atrás, o que Jackie Stewart descreveu como uma bomba atômica no mundo do automobilismo explodiu quando Jim Clark perdeu a vida em Hockenheim, na Alemanha.
Os dois escoceses eram amigos íntimos, e três anos antes, quando Stewart chegou na F1, ele desempenhou o papel de Robin para o indiscutível Batman de Clark.
"Jim Clark", ele diz ainda, "era tudo que eu aspirava a ser, como piloto de corridas e como homem".
Depois de cortar os dentes na Team Lotus em 1960, Clark começou a combinar a velocidade de Stirling Moss na segunda metade da temporada de 1961, e assumiu o manto do inglês em 1962, quando Moss sofreu uma queda em Goodwood na segunda-feira de Páscoa.
Ele perdeu por pouco o Campeonato Mundial daquele ano para o rival BRM Graham Hill, depois que seu Lotus desenvolveu um vazamento de óleo enquanto dominava o final na África do Sul.Dois anos depois, ele perdeu outro campeonato para um vazamento de óleo, literalmente na última volta do GP do México, que encerra a temporada. As honras caíram em vez disso para John Surtees. Mas em 1963 e 1965, Clark era imparável em Lotuses verde e amarelo de Colin Chapman, e sua relação motorista / engenheiro era simbiótica.
Clark se tornou o maior piloto de seu tempo, o homem por quem os outros se julgavam. Ele dirigiu com uma habilidade consumada, precisão e economia que deixou até rivais do calibre de Stewart, Surtees, Hill, Dan Gurney e Jack Brabham à direita. No entanto, ele estava genuinamente em uma perda para explicar por que ele era seu mestre.
Em 1963, apenas um pouco de ofuscação pelo estabelecimento em Indianapolis Motor Speedway em favor dos tradicionais roadsters de motorização frontal impediu que ele vencesse Parnelli Jones para a vitória em sua estréia no carro engraçado da Lotus de Chapman. Ele liderou a corrida de 1964 antes de sua suspensão traseira quebrar, e em 1965 dominou o evento e se tornou o primeiro britânico a vencer desde Dario Resta em 1916. Ele é o único homem na história a ter vencido o Campeonato Mundial e as famosas 500 Milhas de Indianápolis. mesmo ano.
Fora do cockpit ele mordeu as unhas incessantemente e ficou famoso por sua incapacidade de tomar decisões simples, como onde comer ou que filme ver. Mas foi porque ele era tão inigualável quando tinha um volante nas mãos, e tão raramente assumia riscos, que sua morte teve um impacto tão grande.
Nos tempos em que o governo britânico reduzia em até 97% a renda de um piloto de corrida, ainda que tivesse pelo menos 30% de chance de morrer ao volante, as tragédias eram comuns. Alguns cutucaram o tigre com demasiada frequência e ficaram sem sorte.Mas não Clark. Ele usava seus pneus e freios mais frugalmente do que qualquer um de seus rivais, e raramente enfatizava sua frágil maquinaria ao ponto de se romper.
Ele era o melhor dos melhores, o homem de quem o próprio Fangio havia dito em 1967: “Jim Clark é, sem dúvida, o maior piloto de Grand Prix de todos os tempos.”
Então, quando ele foi morto por um furo durante a corrida de Formula 2 Deutschland Trophy em Hockenheim, depois que seu Lotus caiu em árvores implacáveis ao lado da pista, os pilotos de corridas do mundo sentiram a mão da morte em seus ombros e se perguntaram: Se isso pode acontecer com Jim Clark, que chance nós temos?
Sua tristeza nasceu de instintos egoístas, mas também porque sua humildade escocesa inata, criada durante sua criação agrícola nas regiões fronteiriças, tornou-o imensamente popular apesar de seu imenso sucesso. Ele foi tão gracioso na derrota quanto na vitória, e talvez nada tenha simbolizado isso mais do que em Indianápolis em 1966. Para o espanto de observadores experientes, ele girou seu Lotus difícil em 360 graus, não uma vez, mas duas vezes, mas se livrou das duas coisas. incidentes graças ao seu brilhante controle de carros. Acreditando que ele ainda havia vencido, ele foi para Victory Lane apenas para encontrar o Red Ball Lola de Graham Hill já lá, seu rival rookie se preparando para beber o produto lácteo do vencedor.
Por fim, Chapman e o patrocinador Andy Granatelli aceitaram que haviam cometido um erro na contagem de voltas. Enquanto isso, Clark se aproximou de seu velho amigo e perguntou se realmente havia uma chance de ele mesmo ter vencido.
“Jim nos chicoteava tantas vezes que todos nós nos acostumamos com isso. Naturalmente, não gostamos de ser chicoteados, mas, provavelmente, é um testemunho da integridade e estatura de Jim entre nós, seus colegas, que não pudemos deixar de amar o rapaz apesar disso. ”Em seu funeral, Jim Clark Snr disse a Gurney que ele era o único homem que seu filho temia.Gurney, que morreu em janeiro deste ano, falou de Clark assim: “É certamente uma honra ter tido a oportunidade de conhecê-lo como colega de equipe, um amigo e ter competido com ele em tantas ocasiões memoráveis.
Elizabeth 'Widdy' Cameron, com quem Clark quase se casou em 1960, e com quem ele permaneceu próximo apesar de sua crescente fama global, disse: “Ele era muito tímido. E ele era um ótimo cavalheiro. Eu não o ouvi dizer coisas ruins sobre ninguém.Ele era um homem bom e bom e espero que todos se lembrem disso. Ele foi muito especial.
Indiscutivelmente, ele foi o piloto mais versátil de seu tempo e sua gama pessoal correu de autotestes, autocross, sprints e hillclimbs para junior monopostos, F1, carros esportivos, carros de salão, ralis, NASCAR e Indycars. Mas ele nunca foi tão grande que não achasse que poderia aprender com novas situações. Seu desempenho em um Lotus-Cortina, por exemplo, surpreendeu os escandinavos no Rally RAC de 1966.
Ele simplesmente amava correr, e foi por isso que tantos espectadores o amavam.
Nenhum piloto antes ou depois abraçou de forma tão abrangente todos os fatores - competência motriz, intelecto, versatilidade, adaptabilidade, lealdade, personalidade, ética, integridade, curiosidade, amor ao esporte e humildade. Jim Clark foi inigualável na vida e permanece assim meio século após sua morte.
